Comércio Transaariano e Transaheliano
Para os povos africanos, Saara não foi uma barreira intransponível. Desde 4000 a.C., os egípcios usavam uma rota que ligava o vale do Nilo ao porto de Elim, no Mar Vermelho onde adquiriam produtos como incenso e lápis-lázuli vindos da Arábia e da Ásia. A partir do séc. III d.C. houve a introdução do camelo. Desta forma, as rotas transaarianas ganharam impulso atingindo grande dinamismo entre os séculos VII e XI. Os tuaregues, grupo berbere do norte da África, passaram a criar camelos e a vendê-los como animais de carga, além de usá-los no comércio transaariano.
Liderando
caravanas compostas com 1.000 a 1.200 camelo ou mais, os tuaregues logo
controlavam as rotas e os oásis em toda extensão do deserto Saara, desde a
costa mediterrânea, no norte, até o Sahel, no limite do saara.
Com os
camelos, os africanos puderam se movimentar em grandes grupos, não apenas
através do Saara, mas também em direção ao sul. Aí, o domínio de uma
sofisticada tecnologia de pesca e navegação possibilitou a formação de várias
sociedades próximas à costa do Atlântico, onde hoje se localizam países como
Angola, Namíbia, Botsuana e África do Sul.
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