Reino de Gana
O primeiro reino Saheliano de destaque e o mais antigo foi
o de Gana, a Terra do Ouro, onde predominava a etnia soninquê. Seu
desenvolvimento precede no tempo da islamização, que ocorreu com mais vigor a
partir do século XI. O poder de Gana vinha do controle das minas e dos entroncamentos
do comercio caravaneiro. O ouro, o mais importante dos produtos da região
subsaariana, era explorado nas ricas zonas auríferas de Bambuk e Buré, nos
territórios dos atuais Gana, Costa do Marfim, Mali e Senegal. Em troca
obtinha-se o sal, produzido nas salinas do Saara e indispensável para a
sobrevivência dos habitantes da África tropical, tanto por suas propriedades
conservantes quanto por seu valor como moeda de troca.
Sua organização política é motivo de controvérsia entre os
historiadores que estudam o assunto. Mesmo possuindo um amplo território e uma
organização política típica dos governos imperiais, Gana não possuía uma
cultura militarizada ou expansionista. O Estado era mantido através de um
eficiente sistema de cobrança de impostos localizados nos principais
entrepostos comerciais de um território não muito bem definido.
A economia comercial de Gana atingiu seu auge no século
VIII, ao interligar as regiões do Norte da África, Egito e Sudão. Entre os principais
produtos comercializados estavam o sal, tecidos, cavalos, tâmaras, escravos e
ouro. Os dois últimos itens eram de fundamental importância para a expansão
econômica do reino de Gana e o considerável aumento da força de trabalho
disponível. Um dos mais importantes centros urbano-comerciais desse período é a
cidade de Bambuque.
O reino de Gana começou a sentir os primeiros sinais de sua crise com o esgotamento das minas de ouro que sustentavam a sua economia. Além disso, após o século VIII, a expansão islâmica ameaçou a estrutura centralizada do governo. Os chamados almorávidas teriam empreendido os conflitos que, em nome de Alá, desestruturaram o Reino de Gana.
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